quinta-feira, abril 06, 2006

Elas não merecem?

A revista TPM de março trata do assunto “Que poder temos? Que poder queremos ter?”. Na principal entrevista da edição, a apresentadora Angélica diz acreditar que o maior poder da mulher é ser mãe, é ter a responsabilidade de alimentar outro ser humano.

Enquanto a rica estrela de TV amamenta sua cria, milhares de brasileiras, a maioria pobre, perdem seus úteros, algumas delas sem ter tido a chance de exercer o poder da maternidade. É o que conta reportagem da Folha de S.Paulo.

Segundo pesquisa do Instituto de Medicina Social da Uerj (Universidade Estadual do Rio de Janeiro), “quanto menor a renda familiar e o grau de escolaridade da mulher maior é a chance de ela passar por uma cirurgia de retirada de útero.”

Outras tantas passam por cirurgias de ligação de trompas antes dos trinta anos depois de terem dois ou três filhos, simplesmente porque não têm acesso a outros métodos anticoncepcionais. "Mas isso não importa", certo? "Pobre não devia poder ter filhos", não é mesmo? Eu juro que já ouvi isso.

O texto da campanha Mulheres, salvem seus úteros!, idealizada pelo ginecologista e obstetra Cláudio Basbaum, criador da entidade Pró-Matrix, voltada à conscientização da mulher, vale a leitura.

terça-feira, abril 04, 2006

Anne Frank do Iraque

O blog de uma iraquiana tem chamado atenção no Ocidente. Baghdad Burning, escrito por uma jovem de 25 anos, narra as dificuldades da vida no Iraque desde a invasão americana em 2003.

Os textos do site são tão bons que, reunidos em livro, acabaram indicados a um prêmio oferecido pela emissora inglesa de rádio e televisão BBC, conta matéria publicada no Jornal da Tarde.

No texto recente “April Fools Day”, a moça lista algumas das melhores mentiras que poderiam ter sido contadas sobre o Iraque no dia primeiro de abril. Em “And the Oscar goes to...”, diz quem seriam os melhores concorrentes, entre os envolvidos na guerra do Iraque, nas categorias melhor ator, atriz e outras.

Só torço, de verdade, para que ela não tenha um fim trágico como teve a adolescente judia, que após passar dois anos escondida dentro de casa, acabou sendo encontrada pelos nazistas e morreu num campo de concentração.