segunda-feira, março 12, 2007

Sou feminista

Dois textos da Folha, um de ontem e um de hoje, me alegram por me mostrarem que não falo sozinha.

Vange Leonel, da coluna GLS da Revista da Folha, disse ontem, em "A nova onda feminista", que é feminista e explicou por que muita gente prefere não dizê-lo. “Algumas falam ‘não sou feminista, sou feminina’, como se fossem coisas excludentes. No fundo, temem emascular os homens”, afirma ela.

Hoje, foi a vez da turma da coluna 02 Neurônio da Folhateen, Jô Hallack, Nina Lemos e Raq Affonso, falar sobre o assunto. Em “Estudar pra quê”, as três questionam o motivo de estudarmos tanto se pesquisas mostram que quanto mais educação temos, maior a diferença salarial entre mulheres e homens.

Com seu característico bom humor, as garotas têm tiradas do tipo: “quando as mulheres forem chefes, elas deveriam ter outros critérios para escolher seus funcionários... se eles gostarem de futebol, estão fora”.

Dizem isso porque há explicações esdrúxulas para o fato de ganharmos menos, do tipo “a mulher tem que se ausentar por algum tempo para tirar a licença-maternidade, e isso explica a diferença salarial.”

Só faço uma ressalva sobre o “momento de histeria”: “melhor inteligente sem grana do que rica burra neoliberal”. Ok, concordo. Mas o ideal, pra mim, é ter inteligência e alguma riqueza. Viver sem dinheiro nenhum está longe do ideal. Afinal, qualquer pessoa que ambicione um mínimo de autonomia para fazer e dizer o que quiser precisa, ao menos, ser capaz de pagar as próprias contas.

Pra concluir, estou com Vange Leonel: “Hoje, a terceira onda feminista está aí para quem quiser surfá-la. Deslize sobre a crista ou afunde.”

domingo, março 04, 2007

Rota da independência

Este blog volta a ser atualizado depois de oito meses de pausa. Peço desculpas aos assíduos e agradeço o interesse dos novos leitores. Me comprometo com ambos a colocar, pelo menos, um post por semana daqui para a frente.

Este primeiro texto traz dicas práticas sobre investimento financeiro (o caminho mais rápido para a independência).

Quem quiser saber quanto tempo precisa economizar para poder trabalhar só por hobby ou aprender a planejar poupanças para bancar viagens, compras de apartamentos, carros, veleiros e qualquer outro tipo de sonho caro deve visitar o site Mais Dinheiro.

O endereço virtual é do consultor financeiro Gustavo Cerbasi, autor do best-seller “Casais Inteligentes Enriquecem Juntos”, entre outros. Simples e direto, traz dicas e, o que eu acho mais interessante, simuladores que calculam quanto economizar para ter uma renda X em X anos (você estipula o X), como organizar o orçamento, como são calculadas as cabeludas prestações que você paga ao comprar a prazo e etc.

E para sonhar alto, no site Como Investir, você descobre como ter R$ 1 milhão aos 65 anos. Nem é tão difícil.

Aproveito o momento de inspiração para lembrar que comentários, todos eles, são bem-vindos. Abraços e até mais.

domingo, julho 23, 2006

Ferida aberta

Recomendo o filme "Em Segredo", de Jasmila Zbanic, a todos que admiram a coragem e a dignidade femininas.

A obra conta a história de uma mulher que cria a filha pré-adolescente sozinha em Sarajevo, capital da Bósnia.

Esma, a mãe, tenta esconder da filha Sara que esta é fruto de um de vários estupros sofridos por ela durante a guerra que atingiu o país entre 1992 e 1995.

Baseada em fatos reais, a história é contada com muita sensibilidade e sem qualquer apelação melodramática. É muito digna, portanto, do prêmio Urso de Ouro, que ganhou em Berlim este ano.

sexta-feira, julho 14, 2006

Realidade nua e crua

Reportagem do jornal Herald Tribune, traduzida para o português, conta a história de uma empregada doméstica indiana que tornou-se escritora.

As agruras da autora de "Uma Vida Menos Banal", Baby Halder, são bem parecidas com o que acontece por aqui todos os dias.

Que ela sirva de inspiração.

terça-feira, junho 27, 2006

Frase do ano

A Folha de S.Paulo publicou nesta segunda-feira, 26 de junho, uma entrevista imperdível com a atriz Jane Fonda, assinada pelo jornalista Sérgio Dávila.

Pra mim, a melhor frase foi esta:
“Passei minha vida tentando agradar aos homens, primeiro meu pai, depois meus namorados, por fim meus amantes e três maridos. É o que chamo de "disease to please" (doença de agradar). Hoje em dia, finalmente, me livrei. Também, eu vivo sozinha, com um cachorro, então é muito mais fácil.”

Quanta coisa inútil nós, mulheres, fazemos neste intuito, não é mesmo? E o pior, nunca dá resultado.

quarta-feira, junho 07, 2006

Poder?

Uma matéria da revista Cláudia deste mês fala da importância das mulheres para a economia.

Sob o título "Somos o motor da economia do mundo (mas...e o preço?)", o texto enumera quanto e com que gastamos, calcula quanto representamos no PIB e reflete sobre o que ganhamos e o que perdemos após todas as conquistas financeiras.

Tem ainda links para reportagens sobre carreiras e comportamento. Vale a leitura e mais reflexão sobre o que somos, o que significamos e o que queremos.

PS: agradecimento especial ao colega José Calazans, analista de Internet do Ibope, que me mandou o link

segunda-feira, junho 05, 2006

Suzane, a submissa

O novo advogado de defesa da Suzane Von Richthofen, Mauro Otavio Nacif, acaba de dizer na TV que vai usar a tese de que a fofa foi manipulada pelo namorado.

Segundo ele, “a mulher é boba” e é mais suscetível a atuar como escrava do homem do que o contrário. “O homem vai até o grau nove da dependência, a mulher vai até o grau dez”, afirmou ele no programa “Hoje em Dia”, da Record. Claro que ele não tem nenhuma prova científica para tal afirmação e nem precisa acreditar 100% no que diz. O importante é fazer o corpo de jurados crer nisso.

E pode não estar muito longe do seu objetivo. Isso porque temos que concordar que, infelizmente, ainda existem muitas mulheres submissas. Mais do que homens.

Resta saber se ele vai conseguir provar que este é o caso da Suzane Von Richthofen. Na minha opinião, não é. Aliás, queria ser uma mosquinha pra ver o sorriso contido no rosto da ré confessa.

Ela foi lá, arquitetou um plano macabro de assassinato dos pais com o namorado e o cunhado, foi protagonista de sua própria história, inteligente o bastante para não colocar a mão na massa, e agora pode, tranqüilamente, esconder-se sob a carapuça da mulher apaixonada que fez tudo porque estava “hipnotizada”, nas palavras do advogado, pelo maquiavélico Daniel Cravinhos.

É o cúmulo da esperteza feminina usada para o lado negativo. Só mesmo um júri bem ingênuo pra engolir essa. Eu não engulo.